Especial Ponte Nova 149 anos: Usina Anna Florência
Acervo: Itamar Mayrink
No ano de 1883, a empresa Thompson Black e Cia, da cidade de Campos, ficou responsável pela montagem da “Usina Anna Florência”. Entre os técnicos responsáveis em montar as peças, havia Adalberto e Inocêncio Alves Costas.O maquinário da usina foi trazido da Inglaterra em navios, e depois transportados em comboios de carros de boi até o seu destino final. Durante a viagem, uma das peças desprendeu-se de um dos carros de boi, no alto da Serra de São Geraldo, rolando serra abaixo. Foram semanas de trabalho para retirar a peça do fundo da grota.
Acervo: João Mattos
A construção aconteceu entre os anos de 1883 e 1885. Em sua inauguração centenas de pessoas foram assistir o processo de fabricação do “açúcar branco”. Esse momento foi retratado por Maria Sylvia Salles Coelho, no livro Guardei na Memória:
“Admirado, a multidão viu a açúcar branco claro como algodão! Pois esse povo só conhecia o açúcar de “fôrma” escuro dos antigos engenhos”
A “Usina Anna Florência” foi fundada por José Vieira Martins, Francisco Vieira Martins, Ângelo Vieira Martins, Manoel Vieira de Souza e Luiz Augusto de Souza e Silva. O nome da usina foi uma homenagem para a mãe de três dos fundadores.
A Usina Anna Florência foi à primeira de Minas Gerais a produzir o açúcar branco, como conhecemos hoje. Antes a região só produzia o açúcar escuro dos antigos engenhos das fazendas.
Por conta do progresso trazido com a Usina, houve a construção de uma pequena linha de ferro que atendia a usina no transporte de cana e de pessoas. Para manutenção dos equipamentos foi fundada a Fundição Progresso. Anos mais tarde, vieram as demais Usinas de produção do açúcar.
Com mais de cem anos, passando por inúmeras crises econômicas, e também por mudança na sua diretoria, a primeira usina de Minas Gerais fechou as portas nos anos 90.
Peça sendo retirada logo após o fechamento da Usina "Anna Florência". Acervo de Anisio Filho
Usina Anna Florência. 2015
Bibliografia
COELHO, Maria Sylvia Salles. Guardei na memória. Rio de Janeiro, 1984.